segunda-feira, 30 de julho de 2012

As 17 freguesias que fazem parte do tão afamado Círio da Prata Grande


Igreja Nova
Mafra
Santo Isidoro
Montelavar
Cheleiros
Encarnação
São Pedro da Cadeira
Ericeira
Carvoeira
Alcainça
Terrugem
São João das Lampas
Sobral da Abelheira
Santo Estevão das Galés
Gradil
Azueira
Enxara do Bispo

quarta-feira, 25 de julho de 2012


Nossa Senhora da Nazaré, mãe do silêncio
 e da humildade protege e santifica as nossas famílias.
Envolve-nos no teu manto, comunica-nos a
 fortaleza da tua fé, a grandeza da tua
Esperança e a Profundidade do teu amor,                         
Permanece com os que ficam e
vai com os que vão.
Conforta-nos com o teu sorriso e
enxuga as nossas lágrimas
com as tuas carícias de Mãe.
Ámen

Origem do Círio da Prata Grande

O Círio tem a sua origem na devoção a Nossa Senhora da Nazaré e parece já existir desde os principios do século XVII.
O ciclo das feguesias principiou por voto de um habirtante, João Manuel, do lugar do Penedo da Arrifana, freguesia da Igreja Nova. Este homem de idade avançada, tendo a mulher doente e ouvindo falar dos Milagres da Nossa Senhora da Nazaré, resolveu partir em romagem à Nazaré montado no seu burro, a fim de implorar a cura à Virgem Milagrosa.
O seu pedido foi atendido e a mulher ficou curada. Em sinal de agradecimento parte o bom velhote no ano seguinte e nos quatro anos que se seguem, a levar um círio ao Santuário da Nazaré, levando uma bandeira que de volta depositava na sua igreja, até ao ano seguinte.
Nestas andanças, passaram a acompanhá-lo os familiares, seguindo dos vizinhos e amigos, estendendo-se em poucos anos ao povo de toda a freguesia e a seguir o de Mafra por volta do ano de 1722, logo seguido do povo da Encarnação.
Todos os anos parte uma proci~ssão para levar o círio de acção de graças à Senhora da Nazaré. É mandada fazer uma imagem da Virgem para seguir a procissão (século XVIII), que é a mesma que ainda hoje pertence ao círio. É de madeira policromada e dourada; ao colo da Virgem encontra-se o menino, na mão direita o ceptro e, aos pés, três cabeças de Anjos.
Ao círio da Igreja Nova, de Mafra e de Santo Isidoro junta-se Montelavar e passado pouco tempo Cheleiros, São Domingos da Fanga da Fé (hoje Encarnação), Ericeira, Nossa Senhora do Porto (hoje conhecida por Nossa Senhora do Ó  do Porto da Carvoeira) e São Pedro da Cadeira.
A estas freguesias se juntaram mais tarde São Miguel de Alcainça, Terrugem, São João das Lampas e Nossa Senhora da Oliveira do Sobral da Abelheira.
Numa terceira fase aderiu Santo Estevão das Galés, São Silvestre do Gradil, a Azueira e finalmente a freguesia de Enxara do Bispo.
É a estas freguesias  que se refere a Provisão do cardeal D. Tomaz de Almeida, de 1732, instituindo a base canónica e sancionando o Compromisso tomado por elas.
Assim a Igreja Nova por ser a primeiraficou sendo a cabeça à qual pelo Compromisso competia receber a Imagem em qualquer ano, que a freguesia indicada o não pudesse fazer.
Estas festas a Nossa Senhora da Nazaré, com as romagens ao Sítio, e a volta da Imagem às freguesias com a demora de um ano em cada uma, provocaram o desenvolvimento de festas locais incrementadas pelos bairrismos de sempre, em despique, dos "novos", dos "velhos", das "entradas", das "entregas" e sobretudo das "idas à Nazaré", que chegaram a ostentar certo fausto e riqueza, acrescentando ainda à opulência e riqueza das ofertas que acompanhavam a Imagem da Senhora da Nazaré, justificaram que o Círio da região saloia "O Círio dos Saloios", se chamasse "Círio da Prata Grande".

   In Loas da Freguesia da Encarnação ... Setembro de 1997

(Imagem de Nossa Senhora da Nazaré pertencente ao Círio da Prata Grande " ano de 2009)



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Obrigado Mãe!


Mãe, hoje na véspera de se completar mais um giro de 17 anos, onde todos se preocupam em que tudo corra bem, em que o ter e o parecer escondem o mais importante...

Mãe, amanhã enquanto uns choram de alegria por te voltarem a ver, outros num canto distante deste mundo de Teu Filho choram por não ter o que comer...

Mãe, amanhã perdido na multidão estarei, mais um ano, sempre só mais um ano, até que já não seja preciso, ouvir foguetes estalar, luzes brilhar, ouro a luzir...

Mãe, amanhã quando milhares Te virem passar, quando centenas Te forem beijar nesse manto que guarda o encanto de mãe...

Mãe, amanhã quero falar ao Teu coração, pedir-te perdão...

Mãe, amanhã quero me renovar...

Mãe, amanhã quero só...

Mãe, amanhã olha para mim...

... e leva um beijo a quem já não posso beijar.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Na Igreja Nova as festas em sua honra foram assim!


Ano de 2009


Poema ao Círio de Nossa Senhora da Nazaré



Para Mafra seguiu a Virgem (2010)
Paróquia de Santo André
Para honrar lá no Convento
A Senhora da Nazaré.

A freguesia de Santo Isidoro (2011)
Recebe Nossa Senhora
Recebe a Mãe e seu foro.
São compromissos de outrora.

Santo Isidoro concebe
Ao povo de Montelavar (2012)
Quem em seu ano recebe
Nazaré no seu altar.

Em Cheleiros novamente (2013)
Em seu ano com fervor
Se prepara firmemente
Para honrar a mãe do Senhor.

Vai seguir-se a Encarnação (2014)
E São Pedro da Cadeira (2015)
Que entrega com devoção
À freguesia da Ericeira. (2016)

Rumo à Senhora do Porto
Paróquia da Carvoeira (2017)
Vai a Mãe de Jesus do horto
Cedida pela Ericeira.

Cumprindo esta aliança
Com a Virgem da Pederneira
Vai S. Miguel de Alcainça (2018)
Recebê-la à Carvoeira.

Em São Miguel de Alcainça
A Terrugem faz menção (2019)
Renova-lhe a confiança
Ao receber o pendão.

Nazaré nossa Mãe querida
Com tradições bem amplas
Na Terrugem é cedida
A S. João das Lampas (2020)

Recebê-la a São João
Vai o Sobral da Abelheira (2021)
Cumprindo a tradição
Com devoção e verdade.

Ao Sobral vai S. Estêvão das Galés
Seu dever é renovado
Lá recebe o Pendão (2022)
Em compromisso sagrado.

Vai o Gradil povo irmão (2023)
Paróquia de São Silvestre
Receber a Santo Estêvão
Medianeira terrestre.

Senhora da Livramento
Paróquia da Azueira (2024)
Recebe lá no seu Templo
Mãe nossa medianeira.

Lá vai a Enxara do Bispo (2025)
Como manda a tradição
Receber a Mãe de Cristo
Mãe nossa e nosso Irmão.

Novamente Igreja Nova (2026)
Cabeça da Confraria
Seu compromisso renova
Honrando a Virgem Maria.




Baptista Simões
Jornal “O CARRILHÃO”
15 de Setembro de 2011


A Lenda de Senhora da Nazaré

Durante séculos acreditou-se que o Santuário da Senhora de Nazaré tinha sido um dos mais antigos do país, fundado na sequência do milagre da Bendita Virgem ao cavaleiro D. Fuas Roupinho, no ano de 1182.
 Apenas no século XII seria descoberta por D. Fuas Roupinho que a venerava sempre que ali se dirigia para os prazeres da caça.
 Conta a Lenda da Nazaré que na manhã de 14 de Setembro de 1182, D. Fuas Roupinho, alcaide do castelo de Porto de Mós, caçava, nas suas terras junto ao litoral, quando avistou um veado, que de imediato começou a perseguir. De súbito, surgiu um denso nevoeiro que se levantava do mar. O veado (na versão popular, uma materialização do demónio) dirigiu-se para o topo de uma falésia. D. Fuas, no meio do nevoeiro, isolou-se dos seus companheiros. Quando se deu conta de estar no topo da falésia, à beira do precipício, em perigo de morte, reconheceu o local. Estava mesmo ao lado de uma gruta na qual se venerava uma imagem de nossa Senhora a amamentar o Menino. Rogou então, num grito desesperado, à Virgem Maria: Senhora, Valei-me!. Imediata e milagrosamente o cavalo estancou fincando as patas no bico rochoso suspenso sobre o vazio, o Bico do Milagre, salvando-se assim o cavaleiro e a sua montada da morte certa que adviria de uma queda de mais de cem metros.
D. Fuas desceu à gruta para agradecer o milagre e de seguida mandou os seus companheiros chamar pedreiros para construírem sobre a gruta, em memória do milagre, uma pequena capela, a Capela da Memória, para ali ser exposta à veneração dos fiéis a milagrosa imagem. D. Fuas permaneceu no sítio do milagre até a obra da capela estar concluída. Antes de fecharem a gruta, os pedreiros,desfizeram o altar ali existente e encontraram um cofre em marfim, contendo algumas relíquias e um pergaminho no qual se relatava a história da pequena imagem esculpida em madeira, representando uma Virgem Negra sentada a amamentar o Menino.
Segundo o pergaminho a imagem terá sido venerada desde os primeiros tempos do cristianismo em Nazaré, na Galileia, tendo sido salva no século V, dos movimentos iconoclastas, pelo monge grego Ciríaco. Este transportou-a até ao mosteiro de Cauliniana, perto de Mérida, onde permaneceu até 711, ano da batalha de Guadalete, após a qual desbaratadas pelos muçulmanos , as forças cristãs fugiram para Norte. A imagem foi então trazida por Frei Romano, monge de Cauliniana, e por D. Rodrigo, o último rei Visigodo.
Perante o avanço islâmico, o Rei e Frei Romano, um dos monges ali residentes, decidiram partir para lugar seguro, levando consigo a pequena imagem mariana um cofre  e caixa com relíquias e um relato das circunstâncias da fuga. Chegaram em Novembro de 714 ao Monte de São Bartolomeu, nas proximidades da actual Nazaré. O monarca e o monge separaram-se tendo o primeiro permanecido no local e o segundo levado o ícone e as relíquias para um monte vizinho. Aí Frei Romano para se abrigar construiu um pequeno nicho entre os rochedos, com a sua morte e a partida de D. Rodrigo para o norte, a imagem ficou esquecida na pequena lapa construída pelo monge, no actual promontório do Sítio (Nazaré).
 Esta versão do passado do santuário foi contada a primeira vez nos finais do século XVI, pelo cronista Frei Bernardo de Brito, monge Bernardo de Alcobaça.
 O relato assentava na carta de doação do Sítio por D. Fuas Roupinho, que o cronista teria descoberto no seu Mosteiro e viria a publicar na obra Monarquia Lusitana. Mas a intervenção de Frei Bernardo de Brito não se ficou por aqui. Cerca de 1600, na sequência de um voto pessoal, deslocou-se ao santuário e, com a ajuda de alguns devotos da Senhora, mandou desentulhar 
a gruta subterrânea para ali fazer uma capela. Por fim, colocou nela um letreiro em que registava a “estória” da Sagrada Imagem. Desta forma, o cronista não só alargava o espaço de culto como procedia a alterações da memória histórica, pois pela primeira vez a Virgem da Nazaré era associada a D. Fuas Roupinho.
Milagre de Dom Fuas Roupinho - representado na bandeira de procurador do Círio da Prata Grande