quarta-feira, 25 de julho de 2012

Origem do Círio da Prata Grande

O Círio tem a sua origem na devoção a Nossa Senhora da Nazaré e parece já existir desde os principios do século XVII.
O ciclo das feguesias principiou por voto de um habirtante, João Manuel, do lugar do Penedo da Arrifana, freguesia da Igreja Nova. Este homem de idade avançada, tendo a mulher doente e ouvindo falar dos Milagres da Nossa Senhora da Nazaré, resolveu partir em romagem à Nazaré montado no seu burro, a fim de implorar a cura à Virgem Milagrosa.
O seu pedido foi atendido e a mulher ficou curada. Em sinal de agradecimento parte o bom velhote no ano seguinte e nos quatro anos que se seguem, a levar um círio ao Santuário da Nazaré, levando uma bandeira que de volta depositava na sua igreja, até ao ano seguinte.
Nestas andanças, passaram a acompanhá-lo os familiares, seguindo dos vizinhos e amigos, estendendo-se em poucos anos ao povo de toda a freguesia e a seguir o de Mafra por volta do ano de 1722, logo seguido do povo da Encarnação.
Todos os anos parte uma proci~ssão para levar o círio de acção de graças à Senhora da Nazaré. É mandada fazer uma imagem da Virgem para seguir a procissão (século XVIII), que é a mesma que ainda hoje pertence ao círio. É de madeira policromada e dourada; ao colo da Virgem encontra-se o menino, na mão direita o ceptro e, aos pés, três cabeças de Anjos.
Ao círio da Igreja Nova, de Mafra e de Santo Isidoro junta-se Montelavar e passado pouco tempo Cheleiros, São Domingos da Fanga da Fé (hoje Encarnação), Ericeira, Nossa Senhora do Porto (hoje conhecida por Nossa Senhora do Ó  do Porto da Carvoeira) e São Pedro da Cadeira.
A estas freguesias se juntaram mais tarde São Miguel de Alcainça, Terrugem, São João das Lampas e Nossa Senhora da Oliveira do Sobral da Abelheira.
Numa terceira fase aderiu Santo Estevão das Galés, São Silvestre do Gradil, a Azueira e finalmente a freguesia de Enxara do Bispo.
É a estas freguesias  que se refere a Provisão do cardeal D. Tomaz de Almeida, de 1732, instituindo a base canónica e sancionando o Compromisso tomado por elas.
Assim a Igreja Nova por ser a primeiraficou sendo a cabeça à qual pelo Compromisso competia receber a Imagem em qualquer ano, que a freguesia indicada o não pudesse fazer.
Estas festas a Nossa Senhora da Nazaré, com as romagens ao Sítio, e a volta da Imagem às freguesias com a demora de um ano em cada uma, provocaram o desenvolvimento de festas locais incrementadas pelos bairrismos de sempre, em despique, dos "novos", dos "velhos", das "entradas", das "entregas" e sobretudo das "idas à Nazaré", que chegaram a ostentar certo fausto e riqueza, acrescentando ainda à opulência e riqueza das ofertas que acompanhavam a Imagem da Senhora da Nazaré, justificaram que o Círio da região saloia "O Círio dos Saloios", se chamasse "Círio da Prata Grande".

   In Loas da Freguesia da Encarnação ... Setembro de 1997

(Imagem de Nossa Senhora da Nazaré pertencente ao Círio da Prata Grande " ano de 2009)



Nenhum comentário:

Postar um comentário